sábado, 21 de fevereiro de 2015

Não dá para controlar... pessoas que voam!

foto divulgação
Todos nós temos asas. E embora algumas pessoas não as usem, todas podem voar. Uns voando mais baixo, outros voando sempre alto, e ainda alguns, que não se importam com altitudes, apenas voam, apenas vão.

Tem gente que nasce mesmo com esse sentimento de desprender-se do mundo, das coisas e das pessoas. Isso não significa não amar, não sentir saudade, não se importar, mas é a vida que chama para voar. Voar em razão do seu coração. Na verdade, acho que todos nós somos assim, mas alguns não cabem em si. Sua ordem é seguir sempre, sempre em expansão. Encantam-se pelo movimento. Envolvem-se pela inquietação.

As pessoas que voam sempre deixam um pedaço de si por onde passam e levam um pouco de tudo para onde vão. E é isso que as fazem completas: os voos do caminho e as experiências em cada pouso. Se você conhece alguém que gosta de voar, deixe-a ir. Como dizia Leonardo da Vinci: "Uma vez que você tenha experimentado voar, você andará pela terra com seus olhos voltados para o céu. Pois lá você esteve e para lá você deseja voltar.".  

Acontece também que às vezes não é uma questão de querer ir, mas de ter que voar, ou, de simplesmente não poder ficar. Porque voar é uma libertação. Mas não é fácil, nem para quem vai, nem para quem fica. Porque tem vezes que quem vai, tem vontade de ficar, já quem fica, sente uma imensa vontade de ir.

Mas devo dizer que nesse ir e vir constante da vida há quem prefira as raízes. E não sei o que é mais fácil ou mais difícil, se é ser do tipo que vai ou do tipo que fica. Ainda tem os que vão, desde que a condição seja voltar. Mas é possível ter raízes e asas ao mesmo tempo? Não. Ou se joga a âncora, ou se sai a navegar! Os desbravadores gostam de arriscar, por isso voam, por isso estão sempre içando as velas. Esse estado é atiçado em seus corações como um combustível para suas vidas.

É engraçado perceber como tem gente que não se importa de ficar a vida inteira no mesmo lugar e do mesmo jeito. E pensar que tem gente que não consegue ficar num mesmo lugar por algumas horas apenas e estão sempre mudando. Alguns conseguem reverter isso ao longo da vida, mas acho difícil negar as origens, aquilo que já nasce com a gente: as asas que já abrem quando sonhamos, ou as raízes que já se instalam quando realizamos.

Eu vou confessar uma coisa para vocês: tenho asas, mas também tenho raízes. Acho que as minhas raízes, são na verdade as minhas asas, estas, as únicas coisas que me prendem. Porque às vezes sou do tipo que voa e não do que fica, mas às vezes não sou do tipo que vai, mas sim do que finca.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Não dá para controlar... expectativas!

foto divulgação
Não tem jeito. O ser humano é feito de esperas. Espera demasiadamente por tudo e de todos. Enche sempre o pulmão de anseios e respira esperança.  Tudo espera. Tudo crê. E para tudo cria expectativas!

Vivemos esperando, até acontecer. Enquanto isso, somos consumidos pelas nossas expectativas. É sempre assim. Porque é da nossa natureza esperar que algo que a gente deseja muito aconteça, rápido e do jeito que pensamos. É infinita a nossa capacidade de projetar nas coisas e nas pessoas as nossas vontades. Aí a ansiedade toma conta, desesperadamente.

Mas é preciso lembrar que não temos o poder de determinar as escolhas alheias e nem os rumos da vida. Se nos deixarmos no modo inconsciente, torna-se quase impossível não viver na espera da realização urgente das nossas esperanças, com a certeza e a garantia que as nossas expectativas serão atendidas. Aí é que tá! Esse é o caminho mais fácil para a frustração.

Só que criar expectativas, definitivamente, é uma coisa que não dá para controlar. Mas a coisa chata e até perigosa nisso tudo é quando cometemos excessos. Às vezes depositamos demais nossas fichas em algo ou alguém, esperando além da conta, criando muita expectativa, deixando ela ganhar muito espaço, quando a realidade é bem diferente. E nós sabemos bem que há muita diferença na relação “realidade x expectativa”, né?!

Admito que não é fácil desapegar dessas esperanças que alimentamos, mas é que a gente tem que entender (às vezes na marra) que as nossas expectativas estão muitas das vezes ligadas ao que a gente pensa que precisa. É cômodo sustentar lacunas formadas por carências, quando não enxergamos que não temos “direito” de esperar certas coisas da vida e das pessoas.

Enfim, de alguma forma temos que aprender a perceber quando estamos vivendo à custa das nossas falsas expectativas, das ilusões que nutrimos ao longo da espera, e botar o pé no freio. Há quem diga que para quebrar a cara basta criar expectativas. Eu digo que não. Digo que depende do que você faz quando as suas expectativas são correspondidas ou não.

Pois é, quando o assunto é expectativa, somos sempre expectadores, assistindo a espera e acumulando a esperança que tudo saia como o planejado. Porque esperar a gente vai esperar sempre. Mas sabe qual é o grande problema com as expectativas? É que estamos a todo o momento querendo satisfazer as expectativas dos outros e assim esperando que os outros satisfaçam as nossas.