quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Não dá para controlar... cicatrizes!

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Algumas levam um tempo para curar, às vezes muito. Outras marcam tanto, que não desaparecem nunca. E de fato, é uma coisa que não dá para controlar. Existem as da pele e existem as da alma. Estou falando das cicatrizes.

São muitos os fatores que podem deixar cicatrizes. São traumas às vezes até irreversíveis, não pela dor que causam, mas pelas marcas que deixam. É claro e é muito natural que na vida surjam feridas, afinal, não estamos isentos de nos machucar em algum momento. 

O que importa é o que fazemos com tudo isso, principalmente no controle dos sintomas dos ferimentos. Como a vida é um campo de batalhas diárias, os conflitos são inevitáveis, e por mais difíceis que eles sejam, eles vão nos ajudar a lutar melhor e a aprender que as feridas vem e vão. Mas as cicatrizes, estas permanecem, para nos lembrar sempre das lições de cada combate.

Porque gente, sonhos, amores, relacionamentos, trabalho, na vida em geral, vamos combinar, arranhões são fáceis de acontecer, que dirá lesões maiores! E daí? Viver com medo de cair e se estrepar no chão é que não dá, tem é que correr o risco mesmo. O que não sara, cicatriza. (Ou será que cicatriza porque nunca sara?) Ah, depende da pessoa! Acho mesmo é que as cicatrizes funcionam como um tipo de defesa, um escudo anti-queda, pelo menos, pelo mesmo motivo do machucado. Vai vendo.

É importante lembrar que a cicatrização é um processo fundamental para manter a integridade do corpo humano, tanto quanto para manter a integridade da alma, quando nos ferimos. Assim como uma série de processos orgânicos se instalam no local para tentar recuperar o tecido que foi lesado na pele, na vida, as feridas não podem ficar abertas, nós temos que ser responsáveis por recuperar o pedaço da nossa alma que foi danificado. É verdade. É doloroso, mas é preciso sim.

E sem dúvidas, não há melhor remédio e melhor tratamento para as cicatrizes que o tempo. Não dizem por aí que ele cura todas as feridas? Então... e até onde eu sei, não tem contraindicação. E lembra sobre o controle dos sintomas dos ferimentos que falei? Esse aí não é com o tempo, mas com a gente. Não há tratamento que cure aquilo que não queremos superar.

Mas sério mesmo, acho as cicatrizes muito importantes. Paulo Coelho disse que elas são uma bênção. “Cicatrizes ficam conosco o resto da vida e vão nos ajudar muito. Se em algum momento – por comodismo ou qualquer outra razão – a vontade de voltar ao passado for grande, basta olhar para elas. As cicatrizes vão nos mostrar a marca das algemas, vão nos lembrar dos horrores da prisão – e continuaremos caminhando para frente.”.

Para mim é isso que as cicatrizes têm de mais importante: a possibilidade que temos de seguir em frente. É não deixar que as marcas nos imobilizem. Temos que ter consciência de tudo que carregamos na bagagem, mas, sobretudo, de não deixá-la mais pesada do que já é, e mais que isso, torná-la mais leve a cada dia. Cicatriz, conforme o dicionário - marca deixada no corpo por um ferimento, conforme o que eu penso sobre isso – vestígio que a vida deixa para nos lembrar que somos fortes, aguentamos o tranco e que não para por aí!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Não dá para controlar... não!

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Você já parou pra pensar quantas vezes já levou um não? E quantas vezes você já disse não? Sim, parece que essa palavra está cada vez mais na moda e super presente na nossa vida. Eu acho até que virou automático, de tão comum e incontrolável que ficou dizer não.

É, esta é uma reflexão um pouco difícil, porque os “nãos” que ouvimos tendem a mexer um pouco com as nossas frustações. Isso acontece porque ninguém gosta de ouvir “não” como resposta, parece que vem carregado de negatividade e sentimentos ruins, a ponto de mudar o rumo das coisas, dos nossos planos, dos nossos desejos e botar tudo a perder.

Às vezes é tão difícil engolir um “não”, que até o corpo sente. Um estudo holandês, publicado na revista científica Psychological Science, diz que no momento da recusa há uma queda dos batimentos cardíacos. Segundo os pesquisadores, o sistema nervoso autônomo, que controla funções como digestão e circulação reage quando somos socialmente rejeitados.

Para controlar isso, ou pelo menos amenizar, temos que exercitar nossa capacidade de saber ouvir não, como aquele ditado que diz “o não a gente já tem como resposta”. Pois é, temos sempre que contar com essa possibilidade. Mas ao contrário de todo o significado negativo que o “não” representa, ele pode também significar algo positivo, uma nova possibilidade, nova chance, novo começo. Afinal de contas, o que seria do “sim” se não existisse o “não”?

Tenho pra mim que a inflexibilidade de algumas pessoas, diante dos “nãos” que a vida muitas vezes impõe, está ligada ao fato dessas pessoas não saberem dizer não, assim, quando são contrariadas e colocadas em situações de adversidade, não aceitam. É preciso ser sincero e honesto com a gente mesmo, acima de tudo. A gente não pode dizer sim, quando no fundo, no fundo, quer dizer não.

Mas uma coisa muito importante que eu quero levantar com toda essa história de “não” é a naturalidade com que essa resposta é concebida, sendo regra, e a impossibilidade e falta de vontade de dizer sim, sendo exceção. Ultimamente parece difícil e que não dá para controlar dizer não, mas a gente tem aprender a dizer mais sim para a vida, para o próximo, para os nossos sonhos e até para nós mesmos. Eu vou ficando por aqui, como já dizia Lulu: “Eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera, com habilidade, pra dizer mais sim do que não...”.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Não dá para controlar... mudanças!

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Elas podem chegar de repente ou podem acontecer devagar. Às vezes somos nós que queremos, mas também podem surgir quando não temos escolha. Ah, não dá para controlar as mudanças! Mas o que seria da nossa vida sem elas?

As mudanças que ocorrem na nossa vida nos levam a lugares que nunca pensamos e nos ensinam que nada é permanente, que tudo sempre pode mudar. Mas sair da zona de conforto incomoda, não é verdade? Pois é justamente isso que as mudanças fazem com a gente.

Quando estamos nesse estado de conforto, estamos acostumados a certas situações, lugares, pessoas e até opiniões, e isso nos traz uma certa segurança. Já a mudança traz medo, porque desestabiliza todo esse cenário padrão que estamos habituados.

E então como lidar com elas? Acho que a primeira coisa é não temer, e parar de achar que estamos no controle de tudo, porque não estamos. Ninguém nesse mundo está isento de alterações ao longo do percurso. Essa é única coisa que é constante. Mas uma coisa é certa: as mudanças nos capacitam para as adversidades da vida. É aquela velha história do jogo de cintura, com o tempo o gingado vai ficando cada vez mais fácil - ou no mínimo, menos difícil. 

E você já parou para pensar no mundo de possibilidades que as mudanças proporcionam? Pois é, na contramão de qualquer expectativa, as mudanças trazem o desconhecido e aí acontece um processo de adaptação ao novo, um tempo pra digerir tudo, e nesse tempo tem uma infinidade de ensinamentos que abrem espaço para novas habilidades que podemos ter.

Mas e quando nós queremos mudanças em nossas vidas? Devo dizer aquele clichê “só depende de nós mesmos”? Pior que é isso mesmo, quer dizer, melhor que é isso mesmo! As mudanças que dependem das nossas insistentes decisões diárias. É isso que o autor e palestrante Eduardo Zugaib fala em seu livro “A Revolução do Pouquinho”. Para Zugaib as verdadeiras revoluções são feitas em pequenas partes. É preciso incorporar pequenas atitudes à rotina para que, aos pouquinhos, torne-se possível atingir objetivos maiores. “Aquele mau hábito que temos e que precisamos eliminar, ou o bom hábito que desejamos conquistar e consolidar em nossas vidas tornam-se objetivos muito mais atingíveis quando optamos pelo pequeno compromisso diário de mudança, cumprindo-o com determinação, sem concessões”, explica o autor.

As mudanças sempre vão acontecer, mas o que eu acho que temos que buscar com isso é algo que transcende, de dentro para fora. Seja a que provocamos ou aquela que nos acontece inesperadamente, o fato é que as mudanças só vão deixar algum legado na nossa vida quando não forem apenas mudanças, mas sim transformações. E sabe mais de uma coisa? Não tenha medo das mudanças, tenha medo das coisas nunca mudarem!

sábado, 10 de janeiro de 2015

Não dá para controlar... sonhos!

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Dormindo, acordado, com os pés no chão, com a cabeça nas nuvens. Não importa. Acho que tanto quanto o coração precisa bater, nós precisamos dos sonhos para viver.

Eu defino sonhar como um estado de respirar pela alma. E mais, sonhar é um processo de desintoxicação que acontece de dentro para fora. Digo isso porque a realidade tem um grau tóxico bem elevado, aí é necessário sonhar pra liberar essa inalação aguda e diária. Independente se é dormindo ou acordado, acho que em algum momento ambas as formas de sonhar se fundem pela mesma motivação.

O sonho de quando fechamos os olhos e adormecemos é cheio de mistérios e há muito tempo vem desafiando cientistas para tentar desvendá-los. Para Freud esses sonhos são uma busca pela realização de um desejo reprimido e acontecem no sono REM (movimento rápido dos olhos), onde tem uma alta atividade do cérebro. Já para a ciência o sonho é uma imaginação do inconsciente durante nosso período de sono. E o que essas definições têm em comum? O que vai falei sobre vir de dentro para fora.

Dizem que todos os nossos sonhos tem significados e dizem muito sobre nós mesmos. Ah, mas eu não tenho dúvidas disso! Muitas tradições culturais e religiosas acham que eles são uma extensão da nossa consciência. E eu também. A psicóloga Deirdre Barrett, da Universidade de Harvard, apresentou sua teoria acerca do assunto, na Association for Psychological Science, em Boston, em 2012. E para ela as horas adormecidas podem nos ajudar a resolver quebra-cabeças que nos inquietam durante o dia e que os sonhos podem ajudar o cérebro na resolução de problemas.

E quando não dormimos e sonhamos de olhos bem abertos? Considero que também é uma expansão da nossa consciência, uma busca pela realização de um desejo (reprimido ou não), imaginação do nosso inconsciente e que nos ajudam a resolver muitas inquietações da nossa vida. Sabe aqueles clichês que todo mundo fala: “nunca desista dos seus sonhos”, “acredite nos seus sonhos”, então, tudo verdade! É um combustível humano, quiçá indispensável. Pessoas são movidas por sonhos, e estes são movidos pelo coração.

Se “viver ultrapassa qualquer entendimento”, como já dizia a poetiza, eu digo então que sonhar ultrapassa qualquer realidade. É uma eternidade muito lúcida dentro da gente, pois nos mantém com a capacidade de nos colocar de lado algumas vezes e realizar os desejos da alma. Imagine se não pudéssemos escapar mentalmente de vez em quando? Ah, seria mesmo terrível! Mais sonhos, por favor!

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Não dá para controlar... diferenças!

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Estive pensando em como seria chato o mundo sem as diferenças que nos cercam. E elas são muitas: crenças, etnias, gostos, costumes, preferências, religiões, pensamentos, etc. Vivemos em um mundo repleto de pluralidade e é isso que deixa a vida mais interessante, sabe?! O desafio é conviver com todas essas diferenças.

E tenho que confessar que uma das melhores coisas que existe para mim é ser instigada pela diferença de pensamento, porque não há nada mais estimulante que discutir – digo discutir no bom sentido, debater ideias – é sempre bom enxergar as coisas de um ponto de vista que não é o nosso.

Mas sabemos que nem sempre é assim, porque não é todo mundo que pensa dessa forma. Ah, mas não é mesmo! Infelizmente existe todo um universo acerca dessa diversidade que extrapola o limite da tolerância, de aceitar aquilo que é diferente de você, mesmo não concordando. E é esse o ponto!

Ninguém é obrigado a concordar, com absolutamente nada que nos é sugerido ou mesmo imposto, somos livres para fazermos nossas próprias escolhas, mas justamente pela liberdade de preferir um a caminho a outro, é que temos o dever, sim, o dever mesmo, de, no mínimo, respeitar as preferências e escolhas alheias. Embora exista muita gente que tem o incrível dom de não fazer isso. E essa definitivamente é uma coisa que me incomoda muito: gente que vive em bolhas, mas para mim é puro disfarce, de algo muito pior do que um simples “não me toque”.

Não querer enxergar que toda pessoa tem seu jeito e suas particularidades, vamos combinar, é muita falta de originalidade. Mas, brincadeiras a parte, as diferenças existem e devemos aprender a lidar e nos acostumar com elas, acima de tudo com respeito. E o psicólogo Antenor Salzer fala o que eu concordo e muito: “As divergências de gostos e opiniões estão presentes em tudo na vida. É aprendendo a lidar com elas que as pessoas amadurecem.”.

Ainda bem que eu não sou igual a você e nem você igual a mim, né?! Aliás, só tem uma coisa em que somos iguais, é que somos diferentes. Viva!